Sarah "Saartjie" Baartman a Vénus Hotentote

Esta história é sobre uma sul-africana que foi exibida na Europa como um animal exótico. Ela foi uma das vítimas do racismo científico.

O motivo que levou para que Sarah Saartjie Baartman fosse exibida na Europa, foi que ela tinha esteatopigia, uma condição genética que faz com que a pessoa tenha nádegas protuberantes devido a acumulação de gordura.


Sarah Saartjie Baartman, nasceu em 1789 nas proximidades do rio Gamtoos, na actual província no Cabo Central. Sarah pertencia ao povo khoikhoi. Ela se tornou órfã ainda nova e teve um namorado com o qual teve um filho mas infelizmente o marido foi morto por um colono holandês e o seu bebê não sobreviveu. Depois disso Sarah resolveu trabalhar como doméstica. 
Em outubro de 1810, Sarah mesmo sendo analfabeta assinou um contrato com os donos da casa onde trabalhava, William Dunlop e Hendrik César. Originários da Inglaterra convenceram-na a viajar até a Inglaterra para participar de um espetáculo e ela aceitou.
Assim, ela foi exposta aos curiosos no Piccadilly Circus, em Londres. No espetáculo, Sarah era vestida com roupas justas da cor de sua pele, decoradas com plumas coloridas e, em quase todos os momentos, fumava cachimbo. Por vezes, ela era levada a casa de clientes que pagavam por demonstrações privadas, desta forma, podiam tocar em seu corpo.

 Com o passar do tempo, o show de Sarah começou a perder a influência que tinha e assim ela foi mandada para uma turnê pela Grã-Bretanha e Irlanda.
Em 1814, o seu empresário Hendrik Cesars voltou para a África do Sul e a deixou nas mãos de um exibidor de animais.
Após uma vida de exploração, Sarah morreu em dezembro de 1815, aos 26 anos. Acredita-se que tenha sido vítima de pneumonia, sífilis ou alcoolismo. Seu cadáver e órgãos íntimos continuaram a ser expostos em Paris até 1974.


Os restos de Sarah apenas voltaram para a sua cidade natal depois de um pedido oficial de Nelson Mandela, em 2002. Finalmente Sarah Saartjie Baartman foi enterrada em agosto do mesmo ano, cerca de 192 anos depois de ter assinado o contrato que a levou para a Europa.


" É preciso lembrar que, nesta época, nádegas grandes estavam na moda, e por isso muitas pessoas invejavam o que ela tinha naturalmente" - Rachel Holmes, autora de "Vénus Hotentote: Vida e Morte de Saartjie Baartman."

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